sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Esquenta o caldeirão em Vitória

O cavalo está arreado, resta saber quem vai conduzi-lo à PMV

Nos meses que antecedem as eleições, é comum aos partidos encomendar pesquisas para avaliar sua densidade eleitoral. As sondagens são feitas para o consumo interno, mas fornecem os elementos que darão o norte das candidaturas e futuras alianças. Ter acesso a essas avaliações é tarefa difícil, pois, geralmente, são guardadas a sete chaves. Como para jornalista o pingo é letra, a gente pergunta de cá, cutuca de lá e vai formando juízo através das fontes, que ainda são sagradas. Não deixem o STF ler isso, senão profana.

Pois bem, de tudo que vi e ouvi, deu pra perceber que dois pré-candidatos largam na frente em Vitória: Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB) e João Coser (PT). Sérgio Majeski, caso não tivesse perdido as prévias dos socialistas para Sérgio Sá, poderia estar nesse páreo. Os deputados Fabrício Gandini (Cidadania), Lorenzo Pazolini (Republicanos), assim como o Capitão Assunção (Patriota), estão, digamos, no meio do caminho.

Gandini tem o apoio do atual prefeito da capital, Luciano Resende, aliado do governador Renato Casagrande. Articula para brigar na ponta. Já o Capitão Assunção conta com os votos bolsonaristas da extrema direita. Pazolini tem a simpatia da Assembleia, via Érik Musso, e do deputado federal Amaro Neto, ambos de seu partido. Espera pela unção do ex-governador Paulo Hartung, que está espremido entre esse e o seu ex-comandante da Polícia Militar, Milton Cerqueira (Novo), desidratado, assim como outros pretendentes.

Analisando com serenidade o tabuleiro da baiana, minhas fichas hoje estariam com Luiz Paulo. Apesar de não ser o candidato oficial do governador Renato Casagrande, tem bom trânsito no Palácio Anchieta. O tucano, olhando lá na frente, tem refutado apoio explícito de opositores do governador. Sabe que, num eventual segundo turno, precisará do apoio dele para formar uma frente ampla contra Coser ou um dos candidatos de PH.

Com dois mandatos bem avaliados na capital, o tucano articula pelo centro. Recentemente, assinou a Carta Cívica de Vitória, junto com representantes da Rede e do PP. A Carta hasteia a bandeira da sustentabilidade, da economia verde e da descentralização administrativa, com a volta das subprefeituras (leia-se prefeitinhos), que deram certo em suas gestões.

Por sua vez, João Coser deve articular a esquerda de raiz para encorpar sua candidatura. Seu maior obstáculo é a rejeição que o PT encontra junto à população, que guarda na retina os escândalos de corrupção do petrolão e as condenações da Lava-Jato. De qualquer forma, largou bem. Enquanto isso, o relógio vai fazendo tic-tac-tic-tac...

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